segunda-feira, 2 de maio de 2011

@liscapisca Meets The Television: A Hora dos Legendários!


Após um longo e delicioso início de outono, em que não havia tempo para escrever essas mal-traçadas linhas unicamente porque a NET fizera a caridade de abrir trocentos canais do meu interesse gratuitamente (e como eu sabia que isso seria temporário, tive que usufruir de cada segundo livre absorvendo aquelas maravilhas), cá estamos de volta.

(Entendam que é praticamente impossível falar – assistir – qualquer coisa em termos de TV aberta quando se tem Shangri-La à disposição).

Mas bem. Falemos de algo que aconteceu cerca de duas semanas atrás, quando o Legendários comemorou seu 1º aniversário. Assisti ao programa inteiro e fiquei grilada: o que estava no ar nada tinha a ver com o primeiro Legendários (que estreou com muito bafafá por parte da emissora e me fez trocar de canal antes da metade).

Marcos Mion finalmente está muito à vontade apresentando o programa, que começou cheio de nove horas, querendo criar tendências (bordões como o do “ombrinho ombrinho, whatever”, que desapareceu), mas felizmente chegou àquilo que deveria ter sido desde o primeiro dia: uma mera diversão para o sábado à noite. É verdade que o “senhoras e senhores” ainda permanece lá (por mais que o público do programa seja esmagadoramente jovem) e que no fim do programa de ontem à noite ainda escapou um “não vamos mudar o mundo, mas estamos tentando”. Ok. São resquícios da pretensão do projeto original, mas o que importa é que esse programa que está no ar agora nada tem a ver com o que estreou um ano atrás. E Mion voltou a fazer aquilo que ele faz melhor – o primeiro quadro do programa, “Vale a Pena Ver Direito”, em que comenta deslizes e curiosidades da programação da TV Record, é uma delícia aos moldes do “Piores Clipes do Mundo”, programa da MTV que o elevou ao status de celebridade da casa. Ele é mestre nisso e poderia passar uma noite inteira apenas analisando as bisonhices da semana, mas como isso é utopia minha, pelo menos encontraram uma maneira de começar bem o programa. João Gordo com suas entrevistas também está se saindo um entertainer de primeira. O papo com Luciano Szafir no programa de 16/04 foi mais interessante do que as entrevistas da nova temporada do Programa do Jô. Sempre achei que fora da MTV João Gordo se apagaria, mas me enganei. Já a trupe do Hermes e Renato, estranhamente rebatizada como Banana Mecânica, perdeu o brilho da irreverência que só era possível na Music Television. Eu não esperava ver meu personagem favorito, a Bicha de M*rda, na emissora do bispo, mas Joselito faz falta demais (e se ele ainda faz parte dos quadros, é sinal de que tem algo muito errado pois simplesmente não o vi mais).

Enfim, sábado à noite requer diversão, nada além disso. Ainda bem que deixaram as pretensões de humor-que-denuncia para o CQC. Segunda-feira combina melhor com esse tipo de coisa, quem vê TV aberta sábado à noite está com vontade de tocar é um “dane-se” para tudo (senão estaria lendo um tratado de filosofia). Depois de ser agraciada com uma imagem da TV japonesa, em que um cidadão descascou uma banana com os glúteos (e você aí reclamando da qualidade da TV brasileira, hein), percebi que, no todo, o Legendários está atendendo muito bem a esse propósito.

Legendários
Sábados, às 22h40
(Logo após O Melhor do Brasil)
Na Record.

(Se você tem mais de 18 anos, veja abaixo porque a TV brasileira não é nem de longe a mais bisonha do mundo. E como Marcos Mion reconquistou meu coração ao colocar isso no ar logo na TV do bispo)



Bobagens sobre a TV em tempo real – sigam-me os bons: @liscapisca.

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