segunda-feira, 28 de março de 2011

@liscapisca Meets The Television: Everybody Haaaaates Chris!!!!!!


Obrigada, Rede Record, que tanta gente insiste em chamar de Recópia como se você fosse a primeira a copiar alguma coisa (quando qualquer passeio por aí mostra que absolutamente TODAS as emissoras brasileiras copiam algo de alguém) e, no entanto, original ou não, está nos dando maior presente do mundo toda a santa tarde (para ficar dentro do jargão de seus donos) com uma das melhores séries já criadas nos Estados Unidos. Lembro de uma época em que as pessoas criticavam os enlatados (houve um tempo em que a Globo tinha séries americanas todo fim de tarde). Hoje há quem pague para ver os enlatados. Admirável Mundo Novo. Pois bem, para o telespectador em busca de um pouco de diversão, basta que se faça o que a Record fez: comprar uma série original e maravilhosa, encontrar tradutores que deixem o texto com o mesmo gostinho do original (o que de melhor tem nessa série é o politicamente incorreto – hilário – que imperava na década de 1980, quando se passa a história), e chapá-la pela nossa goela abaixo todos os dias, durante duas horas e meia, ou algo assim, com uns quatro ou cinco episódios seguidos. É um mês de série por dia. E, é claro, as quatro temporadas vão voar, mas não tem problema porque vocês vão passar tudinho de novo e essa é uma daquelas séries que a gente assiste ao mesmo episódio 30 vezes e depois fica repetindo suas frases clássicas no meio das conversas.

Todo Mundo Odeia o Chris conta as “memórias” (ficcionais? Essa é uma das graças) do comediante Chris Rock. Sua família, muito “gente como a gente”, tem nas mulheres seus pontos mais divertidos: uma mãe super verossímil e uma irmã que é o capeta encarnado (esperamos que seu personagem seja completa ficção). As situações pelas quais Chris passa na série são iguaizinhas a algumas que você já passou em algum momento da vida se você não era o f*dão do seu colégio nem andava com eles. Os personagens coadjuvantes da história, todos eles, têm igualmente seu charme, até o sujeito que está sempre pedindo 1 real. Mas, sem dúvida, a maior graça da série é a dublagem não soar como dublagem. Curioso que quando assisti à legendada, não me prendeu a atenção (só curti a série depois que a vi dublada).

Chris Rock é um dos principais stand-up comedians de seu país, já tendo participado de eventos muito importantes, entre eles a entrega do Oscar. Ele é o sujeito que diz o que ninguém está pronto para ouvir. De humor politicamente incorreto e cheio de termos ofensivos, essa descrição vai fazer você pensar em alguns comediantes semelhantes aqui, mas, esqueça: não há no Brasil nenhum stand-up comedian cuja atitude e material se assemelhem aos dele. Seus shows são só para iniciados (gente de mente muito aberta). Mas a série é para todos os públicos mesmo, pois ao contrário de um Dois Homens e Meio, não há absolutamente nada na série de Chris Rock que possa constrangê-lo se sua sogra e seu filho menor estiverem na sala assistindo junto com você.

Porém desfrutar da história de Chris Rock em sua totalidade não é para qualquer um: tem que ter uns trintinha para poder entender todas as referências à época. Mesmo assim, é sempre diversão garantida. A trilha sonora é uma delícia. E você nem precisa pagar TV a cabo para curtir nem ficar acordado até as 2 da manhã. Agora é torcer para que a Record não crie mais um horário de novelas e mantenha o Chris em seu fim de tarde por muito tempo.

Todo Mundo Odeia o Chris (Everybody Hates Chris)
De segunda a sexta, a partir das 16h15
Sábados, a partir das 14h15
Na Record.

Bobagens sobre a TV em tempo real – sigam-me os bons: @liscapisca.

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