segunda-feira, 22 de novembro de 2010

@liscapisca Meets The Television - Domingão do Portiolli!


Ainda meio sem entender porque a Globo ignorou a expressão melhores momentos ao anunciar a apresentação do show de Paul McCartney e não nos deixou saber que tudo que veríamos era um mero apanhado daquilo que os responsáveis pela programação julgassem que era o que gostaríamos de ver. Eu achei mesmo que eles fossem transmitir, na íntegra, um dos shows mais esperados do ano (quiçá da década ou do século) em pleno domingão à noite. O erro da emissora não foi ter transformado um dos maiores espetáculos da Terra em um compacto, e sim não ter avisado aos seus telespectadores “essa é uma obra prima adaptada”. Foi duro preparar-se um dia inteiro para assistir à trilogia Senhor dos Anéis e ser premiado com a descoberta de que só veria um trailer. Enfim, pelo menos a energia de Paul McCartney presenteou-me com uns momentos de boca aberta no dia internacional da depressão, eu só queria conseguir acordar na segunda-feira com metade do pique que ele tem.

* * *

E falando em senhores que nos deixam de boca aberta... e a sucessão natural ao trono de Sílvio Santos, hein? Lembro-me que no fim da década de 90*, Sílvio Santos teve um problema na garganta que o forçou a diminuir o ritmo de seu trabalho (na época, ele ficava o domingo i-n-t-e-i-r-i-n-h-o no ar) e Gugu, então uma estrela em ascensão, despontou como seu herdeiro natural, assumindo boa parte do domingo. Quando apresentava o Viva a Noite no sábado, Gugu era “o cara”, mas quando entrou para tapar um buraco (no caso, um rombo), o domingo tornou-se irrelevante (para mim). Até que surgiu Celso Portiolli na apresentação do Hot Hot Hot*, programa que tinha um quadro de calouros divertidíssimo chamado A Hora do Chacal*. Celso Portiolli vinha da rádio Jovem Pan, onde atuava como o hilário Pastor Abu, e era naturalmente divertido. Sabe-se lá por que passou os... 20* anos seguintes tapando buracos no SBT, até a bela manhã de domingo em que, estranhamente, acordei antes do meio-dia, Gugu estava trabalhando na Record, Faustão estava perdendo quilos a olhos vistos (esse mundo ficando cada vez mais esquisito) e, ao ligar a TV, deparei-me com o bonitão do Portiolli apresentando... o Domingo Legal. Fiquei chocada não com a presença dele e sim com a existência do programa, porque Gugu já havia levado a malinha dele para a Record há algum tempo e o Domingo Legal já tinha dado tudo o que tinha que dar havia tempos.

Grata surpresa. O programa ficou um pouco mais curto e a presença de Portiolli trouxe um gás novo e uma leveza que eu não via em Gugu (sempre muito solene na apresentação de um programa que deveria ser apenas divertido), mesmo a quadros de apelo emocional, como o Construindo um Sonho. Fiquei muito feliz, há tempos eu achava que o Portiolli era subaproveitado e ele obviamente tinha nascido para aquilo (e ainda por cima faz o favor de embelezar nossos televisores). Se Sílvio Santos resolver se aposentar para cuidar apenas de salvar suas empresas, não haverá mais o que temer: o melhor de seus pupilos está mais do que bem formado – veja você mesmo se não são tal “pai”, tal “filho”.

Celso Portiolli dança salsa (vá direto a 2:45)


Um dos momentos clássicos da TV brasileira


* Esses dados não são 100% fiéis. Nada mais me lembro e deu preguiça de verificar.

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