segunda-feira, 29 de novembro de 2010

@liscapisca Meets The Television - A "Sensualidade" da Madrugada


Na TV, nada se cria, tudo se copia. Às vezes, de forma aprimorada. Outras vezes, era melhor ter jogado no lixo.

Ao ligar uma TV de madrugada na Itália, você finalmente entende porque um sujeito feito o Berlusconi é eleito primeiro-ministro três vezes. Ele é a essência da alma italiana: mulher desinibida em quantidade é tudo que o italiano quer na vida. Então, é coerente eleger alguém que pratique e valide isso. Após a meia-noite, cerca de 25% dos canais italianos estão comentando e/ou reprisando futebol, 5% deles transmitem noticiário e previsão do tempo, 5% passam algum documentário sobre a Segunda Guerra ou filme antigo de algum país exótico e o restante (65%) tem mulher seminua ao vivo conversando no telefone com você. Tem pra todo gosto: morena, loira, eslava, sulamericana, sozinha, em duplas, mas todas muito, muito safadas, dizendo coisas de corar a Vovó do Pânico. Na tela, números de telefones e valores por minuto. Quem quiser uma ligação com privacidade (conversa-se ao vivo com as vozes abafadas por música), paga mais caro, mas fala mais. E quem está ao telefone? Solitários com um fetiche em comum: o pé. Para cada um que pede um close do derrière, três pedem do pé. Esses programas são bizarros, porém é tudo tão trash e descarado que o resultado é divertidíssimo.

Um dia, por volta da uma da manhã, vejo na Rede TV duas moças de lingerie sobre um sofá. Uma delas usando um baby-doll que não deve ser usada por uma moça com mais de 12 anos, a menos que esteja indo dormir sozinha. Na tela, o número do telefone, com os valores a pagar por minuto. Maravilha! O humor involuntário chegou à minha TV!

Mas e a conversa? Ai, a conversa... Elas tentavam atrair os telefonemas dizendo que tinham quatro “ingressos” para o motel, (oi, q?), e quem quisesse acompanhá-las tinha que telefonar. Elas falavam sobre o que fariam lá. Será que tinha jacuzzi? Uma delas queria passar horas agradáveis conversando na Jacuzzi. (Hein?) De repente... ah, eu quero dançar! E começam a dançar, desconjuntadas, de uma forma que daria demissão do clube de strip com justa causa. Juro. O tom de voz gritado de uma delas, o vocabulário, a dança, tudo passava longe demais do que se entende como sexy, provocante ou sensual. Uma delas percebe um tapete no chão. Será que no motel tem um tapete igual a esse? Vou me deitar nele, que gostoso. Como é que é? Não sou homem, mas broxei meia hora atrás. Num dado momento, até em compromisso elas falaram. Se havia algum homem assistindo, nesse momento ele desligou a TV e foi dormir.

Dias depois, madrugada de sábado para domingo, comecei a zapear. Parei na TV Gazeta: no ar, três ou quatro moças trajando lingeries de gosto duvidoso, uma delas com um robe que ia até o chão. O mesmo número de telefone no ar. Assisti por quase meia hora. Nunca fiquei tão constrangida com tamanho festival de pudor. Então, você trabalha na TV vestindo lingerie para entreter praticantes do prazer solitário que pagam por uma ligação. O que você faz? Se faz de difícil, de pudica. Um coitado trocou gracejos com uma das moças. Jogou um vídeo-game de pobre e ganhou. Não tem prêmio. Ah, mas ele merecia um prêmio. Pediu para a moça tirar o sutiã. A linha caiu. E o pobre ainda tomou uma chamada: você é muito safadinho! Oi? Madrugada de sábado, pagando R$ 1,64 por minuto mais impostos, ela esperava o quê? Para conversar sobre problemas do mundo já existe o Fala Que Eu Te Escuto, com ligação grátis.

Não sou público-alvo desse tipo de atração nem de longe, mas você pode ganhar telespectadores das maneiras mais inesperadas. Só que o que tentaram fazer aqui não produz sequer um riso de espanto, só o mais puro constrangimento. Tenho dó do cara que se empolgar com um programa desses; até Sabrina Sato inseminando vaca é mais sexy.

Programa Azaração.


Ó aqui uma das loucas falando em casamento. Mais provocante, impossível.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

@liscapisca Meets The Television - Domingão do Portiolli!


Ainda meio sem entender porque a Globo ignorou a expressão melhores momentos ao anunciar a apresentação do show de Paul McCartney e não nos deixou saber que tudo que veríamos era um mero apanhado daquilo que os responsáveis pela programação julgassem que era o que gostaríamos de ver. Eu achei mesmo que eles fossem transmitir, na íntegra, um dos shows mais esperados do ano (quiçá da década ou do século) em pleno domingão à noite. O erro da emissora não foi ter transformado um dos maiores espetáculos da Terra em um compacto, e sim não ter avisado aos seus telespectadores “essa é uma obra prima adaptada”. Foi duro preparar-se um dia inteiro para assistir à trilogia Senhor dos Anéis e ser premiado com a descoberta de que só veria um trailer. Enfim, pelo menos a energia de Paul McCartney presenteou-me com uns momentos de boca aberta no dia internacional da depressão, eu só queria conseguir acordar na segunda-feira com metade do pique que ele tem.

* * *

E falando em senhores que nos deixam de boca aberta... e a sucessão natural ao trono de Sílvio Santos, hein? Lembro-me que no fim da década de 90*, Sílvio Santos teve um problema na garganta que o forçou a diminuir o ritmo de seu trabalho (na época, ele ficava o domingo i-n-t-e-i-r-i-n-h-o no ar) e Gugu, então uma estrela em ascensão, despontou como seu herdeiro natural, assumindo boa parte do domingo. Quando apresentava o Viva a Noite no sábado, Gugu era “o cara”, mas quando entrou para tapar um buraco (no caso, um rombo), o domingo tornou-se irrelevante (para mim). Até que surgiu Celso Portiolli na apresentação do Hot Hot Hot*, programa que tinha um quadro de calouros divertidíssimo chamado A Hora do Chacal*. Celso Portiolli vinha da rádio Jovem Pan, onde atuava como o hilário Pastor Abu, e era naturalmente divertido. Sabe-se lá por que passou os... 20* anos seguintes tapando buracos no SBT, até a bela manhã de domingo em que, estranhamente, acordei antes do meio-dia, Gugu estava trabalhando na Record, Faustão estava perdendo quilos a olhos vistos (esse mundo ficando cada vez mais esquisito) e, ao ligar a TV, deparei-me com o bonitão do Portiolli apresentando... o Domingo Legal. Fiquei chocada não com a presença dele e sim com a existência do programa, porque Gugu já havia levado a malinha dele para a Record há algum tempo e o Domingo Legal já tinha dado tudo o que tinha que dar havia tempos.

Grata surpresa. O programa ficou um pouco mais curto e a presença de Portiolli trouxe um gás novo e uma leveza que eu não via em Gugu (sempre muito solene na apresentação de um programa que deveria ser apenas divertido), mesmo a quadros de apelo emocional, como o Construindo um Sonho. Fiquei muito feliz, há tempos eu achava que o Portiolli era subaproveitado e ele obviamente tinha nascido para aquilo (e ainda por cima faz o favor de embelezar nossos televisores). Se Sílvio Santos resolver se aposentar para cuidar apenas de salvar suas empresas, não haverá mais o que temer: o melhor de seus pupilos está mais do que bem formado – veja você mesmo se não são tal “pai”, tal “filho”.

Celso Portiolli dança salsa (vá direto a 2:45)


Um dos momentos clássicos da TV brasileira


* Esses dados não são 100% fiéis. Nada mais me lembro e deu preguiça de verificar.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Tudo Sobre Cartões de Gravação


Trago ate vcs agora um artigo publicado no Blog do Keko Sinclair (se vc ainda nao segue esse blog, esta perdendo tempo!) muito interessante para aqueles q querem conhecer a fundo sobre cartoes de gravaçao.
E util pra vc tbem q ainda nao esta familiarizado com essa nova tecnolgia, q ainda é adepto das fitas e quer conhecer as vantagens (e porq nao)os riscos de gravar em cartoes de memoria.
É um artigo excelente, q me esclareceu muitas duvidas. Fica aqui meus agradecimentos ao Keko Sinclair por mais esse post, cujo link ta logo aí abaixo:
http://kekosinclair.blogspot.com/2010/11/breve-cartao-de-gravacao-seguro-ou.html

Steadicam - Ajustes

Mais um otimo tutorial da Foco Filmes, dessa vez mostrando como regular um steadicam, de acordo com a camera q vc vai utilizar. O video é muito bom e mostra o qto é trabalhoso vc calibrar o equipamento para tirar todo o potencial q ele pode te proporcionar.
Isso apenas comprova o fato tbem de q fazer tv é algo q demanda tempo, para se conseguir bons resultados, a pressa é algo q deve ser esquecida, caso contrario, a coisa nao vira!
De uma conferida em mais esse tutorial da Foco Filmes, q ta bem bacana!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

@liscapisca Meets The Television - Two And a Half Men



E então. Você também ficou com dó ao saber que talvez Sílvio Santos veja seu rico e merecido império ir para as cucuias? Por enquanto, a notícia mais triste que circula é que o SBT está negociando a venda de suas madrugadas para programação religiosa. Você sabe o que isso significa?

Provavelmente você não sabe, mas o SBT após a uma da manhã vira um mar de felicidade para quem gosta de seriados americanos (mas não quer entregar até as calças para a operadora de TV a cabo). Tem Without a Trace, Cold Case, Chuck. E, diariamente, tem uma das sitcoms de maior sucesso da TV americana atualmente.

“Ah, mas seriado dublado é uma porcaria!”. Concordo. Mas essa sitcom maravilhosa, à sua disposição de grátis num horário que não costuma ter nada que preste na TV, recebeu uma das melhores dublagens que já vi. Os tons e impostações de voz são bastante semelhantes ao original. Poucas piadas se perderam na tradução. E ainda somos brindados com três episódios seguidos sem absolutamente NENHUM comercial. Não tem como ser mais feliz.

O núcleo de Two & a Half Men (Dois Homens e Meio) é muito simples: dois irmãos que vivem juntos – o mais velho, um solteiro beberrão e pegador; o mais novo, um divorciado problemático – convivendo com um garoto adolescente (filho do irmão mais novo). Como coadjuvantes temos a mãe bruxa, a vizinha assediadora, a empregada castradora, a ex-esposa folgada e uma infinidade de mulheres que entram e saem daquela mansão a rodo. Um dos pontos altos da série são as metáforas usadas por Charlie Harper (magistralmente interpretado – ou seria uma simples representação de si mesmo? – por Charlie Sheen) para falar sobre seu esporte favorito: o sexo, inclusive na modalidade “individual”.

O seriado ecoa outra série já encerrada, igualmente bem sucedida que, a princípio, parece não ter nada a ver com a história dos dois irmãos, mas que chega a ser inteiramente recontada em alguns episódios. Você já viu o sujeito que fracassa no casamento, mas que não consegue parar de pensar em repetir o mesmo erro (chegando a cometê-lo, na terceira temporada, por curto período de tempo). A questão da esposa lésbica também está presente, ainda que no caso de Two and a Half Men trate-se apenas de uma “suspeita” (ou desculpa). Isso mesmo, Alan Harper é Ross Geller sob efeito de esteróides, já que ele também é Monica Geller em toda sua neura de organização e limpeza. Como se não bastasse, ele é também Phoebe Buffay, com sua prática de métodos alternativos de cura. Charlie Harper sofre igualmente de dupla identidade: é uma combinação do charme e volubilidade de Joey Tribbiani com o sarcasmo-que-esconde-meus-traumas-familiares-de-infância praticado minuto a minuto por Chandler Bing. Quando o irmão se encrenca, Charlie Harper se dedica a criar listas de piadas possíveis para a situação. Você já viu isso antes. Friends contou essa história durante 10 anos e era impossível que personagens bem interpretados com problemáticas tão parecidas não tivessem feito o mesmo sucesso.

O negócio é começar a fazer uma novena para Sílvio Santos tirar seu banco da lama e não ter que vender a alma das madrugadas do SBT.

sábado, 13 de novembro de 2010

Ponto de Ouvido - Como Funciona

Trago ate vcs mais um tutorial da Foco Filmes, agora abordando o ponto de ouvido, aquele aparelhinho q os apresentadores de tv normalmente usam para se comunicar com o diretor do programa.
No video abaixo é mostrado como funciona o ponto, suas caracteristicas e ate como esconde-lo na roupa, para q ninguem perceba q ele esta la!
É so clicar no video abaixo e conhecer!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Workshop Panasonic AG-HMC80

A loja Seegma sempre faz videos interessantes, mostrando diversos equipamentos em operação, praquelas pessoas q tem duvidas q produto adquirir, saber quais sao as suas funcionalidades, etc.
Continuando nessa linha, dessa vez a eleita para ser analisada no video é a camera Panasonic Ag HMC 80, recem lançada aqui no Brasil.
Ela é um aperfeiçoamento do modelo 70, q eu achava meio complicada de utilizar por nao ter nenhum anel de foco (o q pra mim ja inviabiliza um trabalho em foco manual, fazer foco em botao é dificil pra mim). Porem esse modelo 80, alem do foco manual no anel, traz caracteristicas como gravaçao em Full HD em cartao SDHC, audio balanceado, montagem de ombro (bem legal para fazer movimentos), entre outros itens q sao esmiuçados nessa palestra da Seegma.
O video esta em duas partes, ajeite-se ai na cadeira e confira:


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Minha Nova Colaboradora - @liscapisca Meets The Television

Com grande satisfaçao q eu trago ate vcs, leitores do Blog do Zé, a minha nova colaboradora: Lisandra Coelho, tbem conhecida como @liscapisca
Ela vai ser a responsavel por um texto semanal sobre...televisao! Sempre me divirto com os comentarios dela via Twitter qdo ela esta assistindo tv (e ela assiste MUITA Tv)...entao nao podia deixar passar batido essa oportunidade de compartilhar com todos o talento dessa moça...
Entao, sem mais delongas...

@liscapisca Meets The Televison!!!




Olá!

Foi com muito orgulho que aceitei o convite de meu amigo Zé (o do blog) para escrever periodicamente algumas coisinhas sobre tv. Acontece que ele é um preguiçoso e eu sou uma viciada, e ele achou por bem “terceirizar” a tarefa, por mais que seja ele o jornalista/radialista/tevezista(?) e eu... uma mera curiosa.

Mas digamos que eu não seja uma completa leiga. Tendo passado uma enorme parte da minha vida diante da tv (acredito que a primeira geração a ter sido criada pela babá eletrônica, de fato, foi a minha, pois eu já passava minhas manhãs na frente da máquina de fazer doidos quando a Xuxa era apenas a namoradinha desinibida do Pelé), por mais que eu não tenha o conhecimento científico/acadêmico sobre a coisa, eu tenho a vivência. Sei identificar o que presta e o que não presta, não só em termos de qualidade (ou de falta dela), mas também em termos de “isso é muito chato”/ “isso até dá para assistir”. E desconfio que meu critério seja de certa forma interessante, do contrário não se justificaria o convite que me foi feito.

Sou capaz de passar um domingo inteirinho na companhia da tv, só brincando com o controle remoto na mão. E isso porque minha assinatura popular de tv a cabo me contempla apenas com os canais até o número... 43, uma put@ falta de sacanagem. Só me sobram History Channel, National Geographic, Globo News, Multishow (de que não gosto muito) e Universal Channel para ser feliz. Se eu assinasse o combo master ultra super mega blaster da minha operadora de tv a cabo, era capaz de virar de sexta-feira para a segunda de manhã na frente da tv, sem comida, banho nem contato com seres humanos, só brincando entre a Warner, a Sony e a Fox (está falando uma louca por séries em estado terminal aqui). É por conta de querer que sobrem uns trocados no fim do mês que assisto muito à tv aberta. Ou grátis. Ou podre, se você preferir.

Enfim, abracei aquela filosofia de “se a vida lhe deu um limão, faça uma limonada” e resolvi, após alguns felizes anos no mundo da tv a cabo e um período de limbo e guerra com a tv em geral, fazer as pazes com a tv aberta e tentar extrair o que há (pode haver?) de melhor nela. Afinal de contas, trata-se de um circo/zoológico/hospício gratuito ao alcance da sua mão 24 horas por dia, e não é possível que a gente não consiga se divertir com absolutamente nada que nela haja. Até o Fala que eu te Escuto pode ser uma baita diversão se você o assistir com o olhar certo.

Assim sendo, conversaremos sobre coisas divertidas (ou que, no mínimo, podem fazer com que você se sinta alguém melhor) que existem na tv aberta. Então, nos vemos na semana que vem, quando conversarei com você sobre um dos maiores sucessos da tv... a cabo. Só porque eu sou realmente louca por sitcoms, mas também porque, na verdade, o produto está disponível para nós, reles mortais, se conseguirmos ficar acordados até a uma e meia da manhã para assistir a uma das coisas mais interessantes que a tv americana criou nos últimos tempos. ;-)